PARENTES DE VITIMAS DE INCÊNDIO DIZEM ABANDONADOS PEL FLAMENGO.

Parentes de vítimas de incêndio se dizem abandonados pelo Flamengo

jose lucena/Futura Press
Foi tensa e acabou sem acordo a reunião entre familiares das vítimas do incêndio que atingiu o Ninho do Urubu no último dia 8 de fevereiro e representantes do Flamengo.  O encontro tinha o objetivo de acertar uma indenização aos familiares dos dez jovens que morreram na tragédia.
Na saída do Tribunal de Justiça, parentes de vítimas criticaram com veemência a postura do clube.
“Atitude do Flamengo é uma falta de respeito com a gente, os pais. Foi passado que estão dando apoio, nenhum…Eles estão brincando com a vida dos nossos filhos, queria saber se não são pais, pelo que estão fazendo com a gente, a tortura que o Flamengo está fazendo conosco. Não definiu nada, estamos aqui como bobos, palhaços. Fomos desamparados por todos, não nos sentimos acolhidos por ninguém, principalmente pelo Flamengo. Eles não têm resposta para nós, familiares. Não foi falado nada, criticou Cristiano”, pai do goleiro Christian.
Quem também se mostrou bastante descontente com o clube carioca foi Danrlei, pai do goleiro Bernardo Pisetta.
“Não houve mediação. A gente pediu para que o Flamengo fizesse uma proposta e vieram com valores pífios. Valores que não satisfizeram as familiares. Não há ninguém do Flamengo aqui que decida. Onde está presidente? Será que ele tinha algo mais importante para fazer? É uma falta de respeito. Peço a todos os torcedores que vão estádio e que tem mandado mensagens para nós que reflitam o que o time que eles torcem está fazendo com a gente. Isso não se faz nem com cachorro. Não houve negociação. Qualquer tipo de negociação está encerrada”, reforçou Danrlei.
A postura dos familiares é bem diferente da adotada pelo desembargador  Cesar Cury, que saiu mais cedo da reunião no TJRJ.
Segundo ele, as conversas na primeira audiência de mediação foram positivas no sentido de que os representantes das famílias acenaram positivamente em negociar com o Flamengo, evitando a judicialização do caso. 
– A jurisprudência dos tribunais é um bom parâmetro, mas talvez não seja o único e talvez não seja o melhor. Talvez o melhor seja que cada família possa encontrar o que aquilo que, de fato, lhe atende e lhe deixe confortável para que amanhã não haja uma frustração. Seja porque a mediação não seguiu adiante, seja porque o processo judicial levou muito tempo e acabou não surtindo o efeito que deveria surtir, que é uma reparação rápida, efetiva e satisfatória para todos os envolvidos – afirmou o desembargador Cesar Cury nesta quinta-feira.
O desacordo entre Flamengo e Ministério Público do Rio de Janeiro, Defensoria Pública e Ministério Público do Trabalho foi anunciado na segunda-feira.
De acordo com Danielle Cramer, procuradora do Ministério Público do Trabalho e integrante da Câmara de Conciliação, a proposta do clube foi de R$ 300 a R$ 400 mil por família, além do pagamento de um salário mínimo por 10 anos.
Os órgãos públicos pediram a indenização de R$ 2 milhões por família e o salário de R$ 10 mil até a data em que a vítima completaria 45 anos.
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