"Ofensa ao povo", diz Alvaro Dias sobre
Lula candidato
Candidato
do Podemos, Alvaro Dias, durante sabatina organizada pelos portais Yahoo! e
HuffPost Brasil (Leonardo Sacco/Yahoo Notícias)
Por Juliana Arreguy e Stella Borges
Presidenciável do Podemos, o senador Alvaro Dias
considera a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto uma
“ofensa ao povo brasileiro”. Em seu primeiro dia oficial de campanha, nesta
quinta-feira (16), Dias afirmou, em sabatina concedida aos portais Yahoo! e HuffPost
Brasil, medir o sucesso das pesquisas eleitorais não pela quantidade de
intenção de votos, mas sim a partir da taxa de rejeição dos eleitores.
“O candidato que tem 29% (de intenção de votos) não
tem 29% na verdade. São 29% em um total de 40% (do eleitorado), não de 100%,
porque 60% não tem candidato. Então, na verdade, são apenas 9%. E isso é pouco
para quem já foi presidente da República duas vezes, já disputou mais de quatro
eleições. E tem rejeição de 54%. Ao invés da imprensa colocá-lo como favorito,
deveria colocá-lo como inelegível, porque quem se elege com 54% de rejeição?”,
disse em referência à pesquisa divulgada pela Record TV na última segunda.
Segundo o levantamento, Lula lidera o quadro com
29% das intenções de votos, seguido pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro
(19%). Atrás, empatados tecnicamente, seguem Geraldo Alckmin (PSDB), com 9%,
Marina Silva (Rede), com 8%, Ciro Gomes (PDT), com 7% e o próprio Alvaro Dias
(6%).
A liderança do petista foi duramente criticada pelo
senador, que salientou em mais de uma oportunidade, ao longo da entrevista, ter
sido oposição aos governos Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016). Para ele,
no entanto, a candidatura do ex-presidente, registrada na noite de quarta, não pode ser levada a sério
pelo fato de ele estar preso desde abril, cumprindo pena pelo caso do triplex
do Guarujá.
“O que está acontecendo hoje é uma ofensa ao povo
brasileiro. Um partido político registra uma candidatura que não existe, o que
é isso? É encenação, mistificação, escamotear a realidade, é um escárnio, um
acinte, uma afronta, um desrespeito à Justiça, um atentado ao estado de
direito, à legalidade democrática, é rasgar a lei da Ficha Limpa”, disse.
As críticas se estenderam também à militância que marchou até Brasília para acompanhar o
registro da candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): “Eu não
quero ofender o circo, sou admirador dos circenses, mas isso aí não é um circo,
é uma esculhambação, uma anarquia, uma afronta. Essa candidatura não existe.
Esse ato de ontem em Brasília não existiu. Isso aí é o filme de horrores, um
absurdo. ”
“Agora se revela que mais de 500 mil pessoas
receberam indevidamente do Bolsa Família R$ 2 bilhões. São aqueles que saem por
aí atrás do preso dizendo que ele tem que ser candidato”, concluiu.