História de Eunápolis
Em consequência da implantação em 1973, da BA-2 (hoje BR 101), que liga a Bahia ao Espírito Santo, surgiram as rodovias vicinais, ligando as cidades do sul da Bahia à rodovia principal. Foi justamente, a partir de um acampamento de trabalhadores iniciado com a construção do Ramal- rodovia atualmente denominada de BR 367 e que liga a localidade a Porto Seguro - e ampliado durante a construção da BR 101 que surgiu o povoado do 64 (referente ao km 64), que mais tarde viria a ser a cidade de Eunápolis.
A construção da estrada era feita naquela época "à mão", ou seja, na base do machado, picareta e "galinhota" de madeira. Foram eles e muitos anônimos os construtores das estradas e do povoado, "Km 64”: Manoel "Pequeno, Sr. Januário, “Melécio” e outros construtores vieram depois como: Moisés Reis, Wanderlei do Nascimento, Dr. Gravatá, Sr. Marcelino, "Antoninho da Pensão“ e Antonio Ribeiro. Segundo Moisés Reis, topógrafo da então Secretaria de Viação e Obras Públicas atual Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia (DERBA) - e um dos fundadores de Eunápolis, quando aqui esteve em 1945, foi o responsável por demarcar um trecho da estrada na atual BR 101
No ano de 1950, foi montado um acampamento da construtora CILA, com cerca de 50 barracas. Fim da a obra, em 1950, alguns funcionários permaneceram no local, dando início ao povoado do 64. A data oficial da fundação do povoado passou a ser 5 de novembro de 1950, quando aqui foi celebrada a primeira missa pelo padre Emiliano Gomes Ferreira. Naquele dia, o Padre deu a esta localidade o nome de Nova Floresta.
Próximo à atual Praça da Bandeira, vários pequenos barracos foram erguidos.
Foi em 1952 que se resolveu construir uma escolinha no povoado. Ficava na atual Praça da Bandeira (famosa Praça do Jacaré), esquina da rua Dr. Gravatá com a rua 5 de Novembro. Em 1962, o Dr. Gusmão construiu duas salas de aula para as séries iniciais. Em 1964, Arnaldo Guerrieri e Teófanes Aguiar criaram o Centro Educacional de Eunápolis, funcionando o primeiro "ginásio" (5º a 8º séries).
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A aguá chegou logo após. Nos primeiros tempos do povoado, todos os habitantes
pegavam água na "biquinha" que ficava atrás do atual restaurante Giovanni, na
Praça da Bandeira.
Em 1951, a seca devastou quase tudo, só terminando em março de 1952, com as grandes chuvas. As florestas queimou quase toda, (60%). Segundo alguns antigos, o fogo veio do norte, da região de Camacã.
O Sr. Ivan de Almeida Moura, que antes havia legalizado as terras junto ao estado em seu nome e de seus familiares, passou a solicitar a desocupação aos moradores da área.
Em 1954, Dr. Eunápio, inteirado das dificuldades, resolveu comprar 100 ha de terra, correspondentes às fazendas Boa Vista e Gravatá, o que viria a ser a área urbana do povoado.
Entre 1960 e 1970, o povoado de Eunápolis viu o desenvolvimento chegar graças ao jacarandá, uma madeira nobre, muito cobiçada, que gerou um grande comércio no povoado, a partir de 1957.
Em 1960, chega ao povoado a empresa Bahia Construtora, dirigida pelo engenheiro Dr. Dermeval de Souza Gusmão, com o objetivo de construir a Br - 5 (atual Br 101), até Itamaraju.
Com a chegada da Bahia Construtora,a população dobrou, intensificando o comércio e a construção de casas. Foi construído o primeiro Posto de Saúde através da Prefeitura de Santa Cruz Cabrália
A energia elétrica só chegou ao povoado em 1966 e ficava acesa até às 22:00 hs. A energia era gerada a partir de um motor de caminhão a diesel que ficava ao lado onde é hoje o Hospital de Dr. Ramos.
A partir de 1973, quando a Br 101 foi asfaltada e inaugurada, Eunápolis se tornou o “maior povoado do mundo”
CURIOSIDADES
A primeira a nascer no local foi Cândida Maria de Almeida, em 08.10.1950, filha de D. Mariá e Raimundo Fernand es de Almeida.
crianças nasciam graças à obra de Deus e das parteiras, pois o povoado só passou a ter médico a partir de 1964, e o Hospital Maternidade começou a funcionar a partir de 1968. Antes disso, as parteiras eram os médicos. Calcula-se que "Lulu Parteira" tenha feito mais de 3.000 partos em Eunápolis.
O PRIMEIRO BANCO
Naqueles tempos difíceis, o único jeito era guardar o dinheiro debaixo do colchão
O banco mais próximo ficava em Itabuna.
A primeira agência bancária a ser aberta no povoado foi a do Banco de Crédito da Bahia, inaugurada em 1967, e posteriormente comprado pelo Bradesco
Em homenagem ao Dr. Eunápio Peltier de Queiroz, a população troca o nome do povoado 64 para Eunápolis ou Cidade de Eunápio.
Em 17 de fevereiro de 1988 conseguiu emancipar e desmembrar Eunápolis de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália.
O Dr. Gediel Sepúlvida Pereira, elegeu-se o primeiro prefeito e teve seu ordenamento jurídico promulgado através da Lei Orgânica Municipal em 05 de abril de 1990.
PREFEITOS
· PATRIMÔNIOS NATURAIS:
Rio Buranhém
Rio que abastece a cidade, fica a 3 km do centro e é utilizado como alternativa de lazer para banhos, piqueniques, etc.
· HISTÓRICO:
Capela de Nossa Senhora Auxiliadora: Rua Dr. Gravatá
Data de criação: Meados do século XX - Bem de inestimável valor histórico para a comunidade local, por tratar-se da primeira construção religiosa na área.
Educação: Atualmente, a cidade de Eunápolis conta com seis centros universitários: Universidade Estadual da Bahia - UNEB, UNESULBAHIA, FTC EADCON, UNOPAR Virtual, Ulbra e UNIME. E o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA.
Economia: Turismo, Indústria, Comércio, Agricultura, pecuária e extração;
Geografia: Segue a distribuição dos loteamentos, bairros, distritos e povoados:
Loteamentos: Brisas - Prado Imperial
Bairros: Aeroporto, Alamar, Alecrim 1 e 2, Alto da Boa Vista, Antares, Cajueiro, Centauro, Centro, Colonial, Delta Park, Dinah Borges, Edgar Trancoso, Estela Reis, Gusmão, Itapoã, Jardins de Eunápolis, Jardins das Acácias, Juca Rosa, Minas Gerais, Moisés Reis, Parque Colonial, Pequi, Recanto das Arvores, Renovação, Rosa Neto, Santa Isabel, Santa Lúcia, Sapucaieira, Thiago de Melo, Urbis I e II , Vista Alegre, Vivenda Costa Azul, Urbis III, Residencial Antares
Distritos: Colônia, Gabiarra, Mundo Novo, Paulo Víctor
Povoações: Projeto Maravilha, Projeto Produzir, Roça do Povo, Santa Luzia, Ponto Bahia, Ponto Maneca, Bom Jesus, Caminho Feliz, Mãe de Deus, Mundo da Criança, Vila Olímpica
Resultado da Entrevista 1:
Edinalva Alves do Nascimento Brito, de 71 anos de idade, se mudou no ano de 1964, com apenas 18 anos . Trabalhou a vida toda no comercio e nas feiras intercalando sempre venda de comida e de roupas.
Ela conta que a cidade ficou diferente do que era na época, tudo era muito mais precário e difícil. Não havia um sistema de esgoto e nem de água encanada, então para a população conseguir água para tomar banho e para as tarefas domésticas gerais era necessário pegar água nos rios próximos ao povoado ou então buscar água em cacimbas.
O comércio, que era pouquíssimo desenvolvido, era formado apenas por algumas feiras e poucas lojas de tecido e de calçados basicamente. Só havia uma linha ônibus que saia do povoado direto para Itabuna, para onde a maioria da população ia para fazer compras.
Obtivemos a informação que a Avenida Porto Seguro era conhecida por ser a rua onde as prostitutas ficavam durante a noite e que havia um lago no centro da cidade, que acabou sendo aterrado depois dos prefeitos consertarem as ruas aos poucos.
Não havia coleta e então todo o lixo era jogado onde hoje é a Avenida Duque de Caxias. Também não haviam escolas, porém haviam moradores que faziam em sua casas escolinhas para ensinar o básico para as crianças.
Depois de um tempo o povoado começou a crescer aos poucos. Alguns anos depois, houve a chegada de um motor elétrico que fornecia energia para o povoado Além disso também foram sendo trazidas as poucos coisas como água encanada, escolas públicas, postos de saúde, entre outras coisas que beneficiaram a população.
Esses avanços citados vieram graças aos grupos mais influentes da época que era formado por fazendeiros e os políticos.
Resultado da Entrevista 2:
Dinair Tavares Bezerra, 76 anos. Mudou-se para Eunápolis em 1988. Veio para pelas suas filhas. Era época de produção de café e cacau, após algum tempo estabeleceu comercio.
Eunápolis não era cidade ainda, era povoado. Ela chegou em Janeiro e em maio houve a emancipação do povoado. Era uma cidade pequena, com poucas construções, alguns hotéis, calçamento de paralelepípedo em alguns pontos, já havia a feira do bueiro, lojas de pernambucanos. E sua rua era de terra. Já existia o Country Clube, e havia a antiga rodoviária em outro local.
Segundo ela a cidade passou por muitas transformações, como a construção de casas, e o comercio se expandiu. Para Dinair os principais personagens históricos foram Doutor Feruck Felippe Abrahão, Doutor Gediel Sepúlveda Pereira, Doutor Ramos, Doutor Birajaba.
Quando questionada sobre a mudança de povoado para cidade, nos disse que foram criadas escolas, hospitais e o comercio se desenvolveu e continua se desenvolvendo até os dias de hoje. Sobre quem obtinha influencia na época nos contou que os médicos tinham bastante influencia pois se envolviam na politica.
E ela vê a cidade hoje totalmente transformada, pois em comparação do que era antes, se desenvolveu bastante, pois não havia calçamento nas ruas, não havia muitas escolas, o comercio era limitado.